Emepa leva tecnologias de convivência com a seca para produtores rurais

Equipe de ATES da COONAP | 19:17 | 0 comentários


Laboratório da Emepa (Foto: João Francisco)
Nesta quinta-feira (14) a Emepa estará abrindo as portas da Estação Experimental Pendência para os pequenos produtores conhecerem as novas técnicas de alimentação alternativa para animais em períodos de estiagem.
A estação fica no município de Soledade, no Cariri paraibano, e foi o local escolhido pelo Governo do Estado para a instalação da Vitrine Tecnológica, cujo objetivo é promover estratégias emergenciais de arraçoamento dos rebanhos em períodos de seca.

No evento, serão apresentadas tecnologias já validadas pela pesquisa, como os blocos multinutricionais, forragens e fenos feitos à base de plantas nativas (marmeleiro, jureminha, mata-pasto) e ainda a utilização do bagaço de cana, resíduo de abacaxi, raspa de mandioca e restos de culturas agrícolas, que podem perfeitamente serem aproveitadas na alimentação animal, e que muitas vezes são desprezadas pelos produtores.
Alimentos alternativos – A descoberta de alimentos alternativos para os rebanhos bovinos, caprinos e ovinos em períodos de seca tem sido, ao longo dos anos, uma preocupação constante dos pesquisadores da Emepa. A empresa investe principalmente na utilização de espécies vegetais da caatinga.
De acordo com o diretor técnico Wandrick Hauss, o bioma caatinga possui uma imensa variedade de plantas forrageiras que podem ser aproveitadas “tanto in natura como desidratada na forma de feno”.
Ele declarou que a forma correta de aproveitamento das cactáceas da caatinga na forma de silagem ou de feno e sua utilização na alimentação animal serão apresentadas no evento e qualquer produtor poderá acompanhar o passo-a-passo da fabricação e tirar as dúvidas. “Em cada uma das ações apresentadas pela Vitrine Tecnológica haverá responsáveis técnicos que abordarão temas específicos de manejo alimentar dos animais em épocas secas”, explicou Hauss.
Blocos multinutricionais – Uma tecnologia eficiente e promissora, desenvolvida na estação experimental Pendência, vem causando impacto entre os criadores. São os blocos multinutricionais. A tecnologia é uma mistura de melaço, uréia pecuária, sal comum, minerais, bagaço de cana ou restos de cultura encontrados na propriedade. “O produtor mistura tudo, coloca em prensas ou formas e deixa secar. O resultado são blocos endurecidos, como rapaduras, prontos para serem oferecidos aos animais”, detalha a zootecnista Maria das Graças Gomes Cunha, uma das responsáveis pela pesquisa.
Ela informa que se o animal não tiver à sua disposição reservas naturais de minerais com sódio e zinco, precisa da reposição diária desses elementos. Daí a necessidade da suplementação. Os blocos multinutricionais fornecem nutrientes essenciais como proteína, energia e minerais durante o período em que as forrageiras estão com baixa qualidade. A zootecnista explica que os blocos substituem o sal oferecido nos cochos e têm a vantagem de serem mais completos porque além dos minerais têm ingredientes energéticos.
Outra técnica a ser apresentada aos produtores é a da conservação do bioma caatinga. Com a praga da cochonilha-do-carmim, que vem dizimando a palma forrageira, a utilização do mandacaru e do xique-xique na alimentação do rebanho tem sido uma prática comum entre os produtores. Técnicos da Emepa estarão repassando um tipo de manejo adequado para preservar essas cactáceas na região.

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